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Investindo em Ouro e Outros Ativos Reais

Investindo em Ouro e Outros Ativos Reais

18/11/2025 - 06:01
Giovanni Medeiros
Investindo em Ouro e Outros Ativos Reais

Em um mundo marcado por instabilidade econômica e geopolítica, o ouro ressurge como protagonista na estratégia de preservação patrimonial. Em 2025, a escalada do metal precioso ultrapassou expectativas, reconfirmando seu papel de um refúgio seguro em crises e de instrumento fundamental para quem busca proteção contra a perda de valor.

Este artigo detalha o desempenho recorde do ouro, explora os principais fatores de valorização, apresenta formas de investimento e ressalta a importância de diversificar com outros ativos reais. Ao final, você encontrará orientações práticas e previsões para os próximos anos, permitindo que sua carteira enfrente desafios e aproveite oportunidades.

Desempenho do Ouro em 2025

Desde o início de 2025, o ouro acumulou impressionantes 32,67% de valorização, atingindo €3.472 por onça troy (28,35g) em setembro e alcançando picos de US$4.242 em outubro, segundo análises do Goldman Sachs. O ETF GLD, por sua vez, registrou ganho de 60% no mesmo período, superando amplamente o mercado acionário norte-americano, que obteve cerca de 12%.

O desempenho excepcional do ouro reflete não apenas a busca por segurança, mas também a percepção crescente de que se trata de alternativa sólida de preservação patrimonial. Para visualizar esses números, confira a tabela resumida abaixo:

Fatores que Impulsionam o Preço do Ouro

Vários elementos convergem para sustentar a alta do ouro em 2025, criando um ambiente favorável ao metal precioso. Entre esses, destacam-se:

  • Instabilidade Geopolítica: conflitos no Médio Oriente, guerra Rússia-Ucrânia e tensões comerciais entre EUA e China intensificam a busca por segurança.
  • Políticas Econômicas dos EUA: expectativa de cortes nas taxas de juros e incertezas em relação a tarifas recíprocas deflagradas nos anos anteriores.
  • Depreciação do Dólar: a relação inversa entre dólar e ouro torna o metal mais barato para investidores internacionais.
  • Inflação Persistente: a manutenção de índices elevados de preços em várias economias reforça o apelo do ouro como proteção contra desvalorização monetária.
  • Compras de Bancos Centrais: a compra de ouro por bancos centrais, sobretudo em países emergentes, cresceu mais de 300% desde 2020.
  • Demanda por Joalharia: mercados tradicionais como Índia, China e países do Médio Oriente continuam impulsionando o consumo.
  • Oferta Limitada: a extração de ouro mantém-se em patamares restritos, sustentando a alta dos preços.

Formas de Investir em Ouro

O universo de investimentos em ouro atende perfis distintos, desde conservadores até mais arrojados. Confira as principais opções:

  • Compra Física: aquisição de barras, moedas e peças de joalharia, indicada para quem valoriza posse direta do ativo.
  • ETFs e ETCs: fundos negociados em bolsa que acompanham o preço do ouro, ideais para quem busca praticidade e liquidez.
  • Ações de Mineradoras: exposição indireta ao setor, com potencial de ganhos adicionais em caso de aumento de lucros das empresas.
  • Contratos Futuros e CFDs: instrumentos derivativos recomendados para investidores experientes, que buscam alavancagem.
  • Depósitos em Ouro: opção oferecida por alguns bancos para quem quer retorno sobre o metal, sem precisar armazenar fisicamente.

Vantagens e Riscos do Investimento em Ouro

Entre as principais vantagens, o ouro se destaca como alavanca de diversificação de carteira de investimentos e como alternativa estável em tempos turbulentos. Ao contrário de ações e criptomoedas, apresenta menor volatilidade e não depende de resultados empresariais.

No entanto, o metal não gera renda passiva, como juros ou dividendos, e pode sofrer correções de curto prazo mesmo durante ciclos de alta. Sua valorização está atrelada a fatores externos, o que exige acompanhamento constante do cenário macroeconômico.

Outros Ativos Reais para Diversificação

Para equilibrar riscos e potencializar retornos, é fundamental considerar outras classes de ativos reais:

  • Imóveis: conferem proteção de longo prazo, mas apresentam menor liquidez.
  • Commodities: petróleo, gás e minérios acompanham a alta de preços em cenários inflacionários.
  • Metais Preciosos: prata, platina e paládio têm uso industrial e oferta limitada.
  • Agronegócio: investimentos em terras e fundos agrícolas oferecem rentabilidade atrelada ao crescimento populacional e à demanda por alimentos.

Recomendações de Especialistas

Gestores de renome sugerem manter entre 10% e 15% da carteira alocada em ouro. Esse percentual equilibra proteção e potencial de retorno, sem comprometer a liquidez do portfólio. O reequilíbrio periódico é essencial para ajustar exposições conforme oscilações de mercado.

Para quem busca praticidade, ETFs e ETCs são alternativas atraentes, enquanto investidores de longo prazo podem se beneficiar da compra física ou de ações de mineradoras. A perspectiva de valorização até 2026, com projeção de US$4.900 por onça, reforça o caráter estratégico desse ativo.

Tendências Futuras e Perspectivas

As expectativas apontam para continuidade da valorização do ouro, impulsionada por novos pacotes de estímulos, possíveis cortes de juros, manutenção de inflação elevada e renovada demanda de bancos centrais. Outros ativos reais também devem ganhar espaço, pois refletem de forma direta a escassez de recursos e o aumento de custos de produção global.

Investidores que aliarem análise técnica, compreensão macroeconômica e diversificação estarão mais bem posicionados para aproveitar as oportunidades e mitigar riscos nos próximos ciclos.

Conclusão

Em um cenário global de incertezas, o ouro e outros ativos reais cumprem papel fundamental na proteção patrimonial. Com desempenhos recordes em 2025 e projeções otimistas para 2026, esses instrumentos oferecem caminhos para preservação de capital e potencial de valorização.

Incorporar diferentes classes de ativos — metais preciosos, imóveis, commodities e agronegócio — fortalece a resiliência da carteira. A combinação entre conhecimento, estratégia e paciência é a chave para quem deseja construir riqueza de forma sustentável e segura.

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

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