Em 2025, o conceito de investimento sustentável ultrapassou o caráter de tendência e se consolidou como uma estratégia central para empresas globais. No Brasil, a proximidade da COP30 em Belém (novembro/2025) impulsionou um movimento robusto de iniciativas tanto privadas quanto públicas.
Enquanto o mundo busca alinhar finanças e preservação ambiental, dados recentes revelam que investimentos focados em critérios ESG (Ambiental, Social e Governança) entregam resultados financeiros e transformam comunidades.
O investimento sustentável baseia-se em três pilares: critérios ambientais, sociais e de governança corporativa. Mais do que filantropia, trata-se de alinhando lucro, competitividade e impacto ambiental ao longo de projetos de médio e longo prazo.
Em 2025, o setor privado brasileiro destinou R$ 48,2 bilhões a projetos de sustentabilidade e descarbonização, marcando um crescimento de 24,2% em relação ao ano anterior. São 209 empresas engajadas, ante 165 em 2024, e 316 projetos mapeados, representando o maior número desde 2021.
Os fundos ESG alcançaram um patrimônio sob gestão (AuM) de R$ 34 bilhões em maio, alta de 28% no ano, enquanto 127 fundos IS atingiram R$ 36,8 bilhões em julho, um salto de 48,4% em seis meses.
Além do capital, o país registrou resultados significativos no território e na sociedade:
Projetos de biocombustíveis produziram 4,3 bilhões de litros, enquanto 202,9 milhões de toneladas de resíduos foram tratados ou reaproveitados, promovendo a redução significativa da pegada de carbono.
Estudos internacionais comprovam a vantagem competitiva de empresas sustentáveis. Pesquisa da Universidade de Doha com 1.144 empresas na UE (2013–2024) apontou que iniciativas verdes elevam o valor de mercado com menos de 1% de chance de ser coincidência.
No Brasil, levantamento da USP indica que um aumento de um ponto no ESG Score traz, em média, crescimento de 0,37% no ROA e 2,83% no Q de Tobin. A média global de ESG Score das maiores empresas é 46, sugerindo potencial de crescimento consistente de patrimônio sob gestão.
Pesquisa da Amcham Brasil com 401 empresários, representando 505 mil empregos e R$ 2,9 trilhões em faturamento, revela que 72% das empresas já integram sustentabilidade à estratégia de negócios. Dessas, 76% consideram estar em estágio avançado de maturidade.
Em estudos de performance, empresas com práticas ESG apresentaram retorno financeiro até 615% superior ao Ibovespa, comprovando que a sustentabilidade não é custo, mas sim alavanca para resultados extraordinários.
O interesse global por investimentos sustentáveis segue em alta: 88% dos investidores mundiais demonstram foco em produtos que consideram critérios climáticos, segundo a Morgan Stanley. A geração Z, em especial, valoriza empresas engajadas em causas sociais e ambientais.
Apesar dos avanços, os fundos sustentáveis ainda representam apenas 0,37% do patrimônio total da indústria de fundos. Há necessidade de relatórios de impacto transparentes e um esforço maior de letramento financeiro e sustentável para investidores.
A COP30 em Belém promete ser marco decisivo, reunindo líderes e investidores para fortalecer políticas e atrair novas alocações. O evento tende a acelerar regulamentações e a fomentar parcerias público-privadas.
O cenário brasileiro de 2025 demonstra que investir em sustentabilidade é unir lucro e legado. Com retornos robustos e impactos positivos, essa trajetória consolida um futuro onde finanças responsáveis coexistem com o cuidado ambiental.
Empresas e investidores têm diante de si uma oportunidade histórica: transformar desafios climáticos em motores de inovação e prosperidade. Chegou a hora de avançar, inspirar e concretizar o verdadeiro potencial do investimento sustentável.
Referências