No Brasil, o setor de serviços emergiu como pilar central da recuperação econômica após os impactos mais profundos da pandemia. Responsável por cerca de 70% do PIB nacional, essa área registrou expansão de 3,1% em 2024, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e atingindo níveis recordes.
Dados recentes do IBGE mostram que, em agosto de 2025, o volume de serviços estava 18,7% acima do nível pré-pandemia (fev/2020), completando sete meses consecutivos de alta e alcançando o maior patamar da série histórica iniciada em 2012. No acumulado de janeiro a maio de 2025, a expansão foi de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024, e nos 12 meses até maio, o crescimento chegou a 3,0%.
O ritmo acelerado de retomada também se refletiu no mercado de trabalho. Em 2023, o setor empregou recorde de 15,2 milhões de pessoas, alta de 7,1% em relação a 2022 e 18,3% acima dos níveis de 2019. Esse aumento representou recorde de ocupação e geração de empregos, respondendo por grande parte da redução do desemprego no país.
Apesar do crescimento no número de vagas, o rendimento médio mensal caiu levemente de 2,4 para 2,3 salários-mínimos entre 2014 e 2023, evidenciando desafios de qualidade do emprego e remuneração. Ainda assim, os salários pagos somaram R$ 592,5 bilhões em 2023, mais que o dobro do valor registrado em 2014.
Alguns nichos foram protagonistas desse movimento de expansão, impulsionados pelas transformações digitais e pela evolução das demandas corporativas e individuais. Entre eles destacam-se:
Juntos, esses segmentos cresceram 6,2% em 2024, moldando um novo perfil de atuação. A digitalização e a adoção de modelos de negócio baseados em tecnologia permitiram a expansão de plataformas digitais inovadoras, respondendo com agilidade às necessidades do mercado.
O turismo interno também voltou a ganhar fôlego: no primeiro trimestre de 2025, as atividades turísticas avançaram 5,4%, impulsionadas por transporte aéreo, restaurantes e reservas de hospedagem. Já o setor de transportes, embora tradicionalmente forte, sofreu perdas pontuais de participação devido à retração agrícola.
Em maio de 2025, 21 das 27 unidades federativas apresentaram resultados positivos no setor de serviços. Entre os destaques regionais estão:
O recuo no Rio Grande do Sul, de até -9,2% em maio, reflete desafios regionais e setoriais locais, como oscilações na safra agrícola e em segmentos específicos. Em contrapartida, estados do Sudeste e Sul mantêm um ritmo mais acelerado de expansão, apoiados por estruturas mais robustas de serviços profissionais e tecnológicos.
O avanço contínuo do setor de serviços estará associado à capacidade de adaptação às novas tecnologias e à busca pela sustentabilidade econômica. A digitalização, a inteligência artificial e a economia de dados prometem alterar ainda mais as formas de entrega de serviços, tornando crucial o investimento em inovação e formação profissional.
Além disso, as empresas precisarão incorporar práticas de responsabilidade socioambiental para garantir um inovação e sustentabilidade econômica de longo prazo. Os consumidores valorizam cada vez mais negócios que integrem eficiência operacional e compromisso com as comunidades.
O setor de serviços brasileiro vive um momento histórico de expansão e transformação. Para empresários, gestores e profissionais que desejam surfar essa onda de crescimento, algumas ações são fundamentais:
Com essas diretrizes, o Brasil pode consolidar o setor de serviços como motor de desenvolvimento, gerando empregos de qualidade e promovendo um crescimento equilibrado. A jornada de superação pós-pandemia já está em andamento, e cabe a todos os atores—públicos e privados—manter a trajetória de sucesso.
Referências
