A Geração Z chega com força total ao mercado, transformando paradigmas e redefinindo estratégias de empresas em todo o mundo. Os hábitos de compra, os valores que norteiam as decisões e o papel das redes digitais criam um cenário de inovação e de novos desafios.
Com um perfil que alia tecnologia, propósito e flexibilidade, essa geração demonstra como o consumo pode ser um reflexo de identidade, crenças e visão de futuro.
Formada por jovens nascidos entre 1995 e 2012, a Geração Z já representa cerca de 30% da população global e 48% dos trabalhadores de 15 a 29 anos no Brasil. Cresceram em um mundo conectado, sem memórias da era pré-internet, e desenvolvem hábitos únicos de aprendizado, entretenimento e consumo.
Valorizam autenticidade e diversidade, buscando marcas que reflitam suas identidades e que se posicionem de forma clara sobre causas sociais e ambientais.
O impacto econômico dessa geração é impressionante: estima-se que a renda global da Geração Z alcance US$ 36 trilhões em cinco anos, chegando a US$ 74 trilhões até 2040.
No Brasil, movimentam aproximadamente R$ 662 bilhões anualmente, impulsionados pela economia digital e pelo espírito empreendedor. As projeções de gastos globais saltam de US$ 2,7 trilhões em 2024 para US$ 12,6 trilhões em 2030, demonstrando seu potencial de consumo em ascensão.
A Geração Z é composta por nativos digitais em busca de autenticidade, que utilizam a internet não apenas para comprar, mas para pesquisar opiniões, comparar preços e compartilhar experiências. Esse comportamento gera uma relação dinâmica entre consumidor e marca, marcada pela transparência e pela rapidez no feedback.
Essa geração adota o FOMO, o medo de perder oportunidades, como gatilho para decisões de compra. Ao mesmo tempo, busca busca por experiências personalizadas online e pela sensação de exclusividade.
Mais do que consumidores, os jovens da Geração Z se veem como agentes de mudança. Evidenciam uma compromisso com causas sociais e ambientais, boicotando empresas com práticas consideradas antiéticas e pagando mais por produtos sustentáveis: 65% demonstram disposição para investir em marcas alinhadas a seus valores.
Temas como diversidade, inclusão e transparência são cruciais. O boicote a empresas que não cumprem promessas éticas já afeta 4 em cada 5 jovens dessa faixa etária, que exigem responsabilidade social em todas as etapas da cadeia de valor.
Os segmentos mais impactados refletem as prioridades e preferências desse público. Enquanto o e-commerce cresce a passos largos, outras áreas ganham força:
O consumo emocional, pautado pela conexão e pelo propósito, guia investimentos em experiências que vão além do produto, como assinaturas de serviços, eventos imersivos e viagens personalizadas.
Para compreender a dimensão desse impacto, confira alguns indicadores:
Apesar do alto poder de compra, muitos jovens enfrentam dificuldade em equilibrar gastos e poupança. Mais da metade sente que a renda não supre o estilo de vida desejado, e o índice gastos/poupança chega a 1,93.
O custo de vida elevado, a instabilidade no mercado de trabalho e a busca por empregos alinhados a propósitos pessoais tornam o planejamento financeiro uma tarefa desafiadora. Ainda assim, cresce o interesse por educação financeira e modelos colaborativos de economia, como cooperativas e trocas de serviços.
Para conquistar a adesão da Geração Z, as organizações devem abraçar mudanças rápidas e profundas:
Marcas que conseguem alinhar tecnologia, propósito e agilidade ganham relevância e fidelidade. Lojas físicas se transformam em hubs de interação, onde a experiência e a comunidade são tão valorizadas quanto o produto.
A Geração Z representa uma revolução no consumo, exigindo de marcas e negócios adaptação ágil e foco em ESG para permanecer relevantes. Ao mesmo tempo, revela uma geração que transforma mercados ao unir consumo, valores e tecnologia em uma só jornada.
O futuro dos negócios passa por entender e abraçar essas mudanças, promovendo inovação e responsabilidade em cada etapa da experiência do cliente.
Referências